Saúde Mental

O Impacto da Pandemia na Saúde Mental

A pandemia da COVID-19 trouxe um impacto significativo na saúde mental global, intensificando problemas como ansiedade, depressão e transtornos psicológicos. Trabalhadores da linha de frente, especialmente profissionais de saúde, enfrentaram níveis extremos de estresse, exaustão e luto ao lidar com pacientes graves e mortes frequentes. Outras profissões, como educadores incertezas econômicas e medo do contágio. A combinação desses fatores resultou em um aumento significativo dos sintomas de depressão e ansiedade na população em geral.

Os Profissionais da Linha de Frente e os Desafios Enfrentados

Na linha de frente, os profissionais de saúde, como médicos e enfermeiros, enfrentaram condições extremamente estressantes, lidando diariamente com a alta demanda por cuidados e a perda de vidas. De acordo com estudo desenvolvido em 2021, naquele momento, cerca de 26% dos profissionais de saúde entrevistados relataram sintomas de depressão durante a pandemia[1]. Além disso, educadores e trabalhadores essenciais, como entregadores e caixas de supermercado, enfrentaram desafios únicos, seja pela adaptação a novas condições de trabalho ou pela sensação de vulnerabilidade constante. O isolamento social e a falta de interação humana contribuíram significativamente para o aumento dos sintomas de ansiedade e depressão na população em geral. Um estudo publicado no jornal britânico The Lancet indicou que a prevalência de ansiedade e depressão aumentou globalmente em aproximadamente 25% durante a pandemia[2].

O Cenário Brasileiro: Impactos Mais Intensos

No Brasil, a situação foi ainda mais crítica. Um estudo conduzido pela  Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) revelou que cerca de 40%  dos brasileiros relataram sintomas de ansiedade ou depressão durante os  períodos mais intensos de isolamento social[3].

A mídia nacional destacou  frequentemente histórias de pessoas que enfrentaram dificuldades emocionais  sem precedentes. Por exemplo, durante o período, em 2020, o portal G1 publicou  relatos de trabalhadores da linha de frente da saúde que desenvolveram estresse pós-traumático após meses lidando com pacientes graves e  sobrecarregado[4]

Crianças, Adolescentes e o Aumento da Busca por Atendimento Psiquiátrico

Ademais, as crianças e adolescentes foram particularmente afetados pela  falta de interação social. Pesquisas mostraram que jovens que passaram mais  tempo isolados apresentaram maior risco de desenvolver problemas  comportamentais e emocionais[5]. Já o estudo publicado na National Library of  Medicine, apontou que, nos Estados Unidos, o número de consultas  psiquiátricas aumentou significativamente, levando à criação de novos  programas de telemedicina para atender à demanda crescente[6]

Reflexões e Lições para o Futuro

Embora a pandemia tenha exposto fragilidades no sistema de saúde mental global, ela também impulsionou debates sobre a necessidade de políticas públicas mais robustas nessa área. Jornais como o The Guardian enfatizaram que, mesmo após o controle da pandemia, os impactos na saúde mental continuarão sendo sentidos por anos, seja por sequelas diretas que abarcam a Síndrome da Covid-19, em seus efeitos neurológicos, seja por problemas advindos diretamente do isolamento e medo vividos durante o período.

REFERÊNCIAS

[1] INSTITUTO DE AVALIAÇÃO DE TECNOLOGIAS EM SAÚDE. 26% dos profissionais de saúde apresentam  sintomas indicativos de depressão ou ansiedade, aponta estudo. IATS, 26 fev. 2021. Disponível em:  https://www.iats.com.br/2021/02/26-dos-profissionais-de-saude-apresentam-sintomas-indicativos-de depressao-ou-ansiedade-aponta-estudo/. Acesso em: 30 jan. 2025.. 

[2]WORLD HEALTH ORGANIZATION. Mental health and COVID-19: scientific brief. WHO, 2022. Disponível  em: https://www.who.int/publications/i/item/W HO-2019-nCoV-Sci_Brief-Mental_health-2022.1. Acesso  em: 30 jan. 2025. 

[3] GOULARTE, Jeferson F.; SERAFIM, Silvia D.; COLOMBO, Rafael; HOGG, Bridget; CALDIERARO, Marco  A.; ROSA, Adriane R. COVID-19 and mental health in Brazil: Psychiatric symptoms in the general  population. Brazilian Journal of Psychiatry, São Paulo, v. 43, n. 4, p. 450-467, 2020. DOI:  10.1016/j.jpsychires.2020.09.021.

[4]Sobreviventes de coronavírus estão sob risco de ‘estresse pós-traumático’, advertem médicos | Viva
você | G1

[5]ALMEIDA, Isabelle L. L.; REGO, Jaqueline F.; TEIXEIRA, Amanda C. G.; MOREIRA, Marília R. Isolamento
social e seu impacto no desenvolvimento de crianças e adolescentes: uma revisão sistemática [Social
isolation and its impact on child and adolescent development: a systematic review]. Revista Brasileira de
Psicologia Clínica, Rio de Janeiro, v. 30, n. 2, p. 45-63, 2020

[6]On the demand for telemedicine: Evidence from the COVID‐19 pandemic – PMC