meio ambiente

Redução Temporária da Poluição Atmosférica

A pandemia teve um impacto paradoxal no meio ambiente. Por um lado, a redução temporária das atividades industriais e do transporte resultou em quedas significativas na poluição atmosférica. De acordo com a Agência Nacional de Águas (ANA), os níveis de qualidade do ar melhoraram em várias cidades brasileiras durante os primeiros meses de 2020, resultado do lockdown global, e em uma redução significativa nas emissões de gases de efeito estufa. Entretanto, a pandemia também trouxe novos desafios ambientais, como o aumento expressivo do lixo biomédico, incluindo máscaras e luvas descartáveis, que pressionaram sistemas de gestão de resíduos.

O Impacto na Emissão de Gases de Efeito Estufa

A pandemia da COVID-19 trouxe breves melhorias na qualidade do ar em várias cidades, com reduções significativas nas emissões de gases de efeito estufa. Um estudo publicado na revista Earth System Science Data mostrou que as emissões de CO2 caíram globalmente em cerca de 7% em 2020, principalmente devido à redução da atividade econômica e do transporte[1]. No Brasil, centros metropolitanos, como São Paulo, reduziram drasticamente o tráfego urbano, o que diminuiu a concentração de poluentes como o dióxido de nitrogênio (NO2). No entanto, esse ganho ambiental foi apenas temporário, já que as emissões voltaram aos níveis pré-pandêmicos assim que as restrições foram relaxadas.

O Aumento do Lixo Biomédico e a Gestão de Resíduos

Além disso, o aumento expressivo do lixo biomédico, incluindo máscaras e luvas descartáveis, pressionou sistemas de gestão de resíduos. Um relatório da Agência Internacional de Energia (IEA) destacou que o lixo plástico relacionado à pandemia aumentou significativamente, representando um novo desafio ambiental[2]. Nesse contexto, em artigo, durante o auge da pandemia, o jornal CNN alerta que o aumento no uso de máscaras descartáveis e embalagens plásticas gerou um problema de resíduos sem precedentes[3]. Estima-se que menos de 10% desses materiais sejam reciclados, contribuindo para a poluição dos oceanos. O The Guardian também abordou como a pandemia interrompeu iniciativas de conservação ambiental em países em desenvolvimento, como o Brasil, onde esforços contra o desmatamento foram suspensos devido à realocação de recursos para combater a crise sanitária[4].

O Desafio Ambiental Pós-Pandemia

Portanto, embora a pandemia tenha proporcionado breves melhorias na qualidade do ar e na redução das emissões de gases de efeito estufa, os desafios ambientais persistem. O aumento do lixo biomédico e a redução do turismo em áreas naturais são exemplos da complexa relação entre crises globais e o meio ambiente. Esses impactos refletem a complexa relação entre crises globais e o meio ambiente. Desse modo, a crise, certamente, reforçou a necessidade de políticas ambientais mais consistentes e integradas, capazes de equilibrar crescimento econômico e sustentabilidade.

REFERÊNCIAS

[1] Emissões mundiais de dióxido de carbono caem 7% devido à pandemia | Agência Brasil

[2] Ram Kumar Ganguly, Susanta Kumar Chakraborty, Plastic waste management during and post Covid19
pandemic: Challenges and strategies towards circular economy, Heliyon, Volume 10, Issue 4, 2024

[3] Uso de plástico bate recorde global, apesar de esforços contra poluição, diz estudo | CNN Brasil

[4] Pesquisadores brasileiros relacionam desmatamento a crises sanitárias – ISPN – Instituto Sociedade,
População e Natureza